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domingo, 21 de novembro de 2010

Violência nos videojogos novamente à baila (estudo americano)

Recentemente foi levado a cabo um estudo pela companhia Pulse Opinion Research feito em território norte-americano e que apresentou como principal temática, a violência nos videojogos. O estudo, encomendado pela Rasmussen Reports tentou determinar de certa forma o modo como os americanos vêm a violência no Mundo dos Videojogos e os principais responsáveis.
Ora cá está uma temática que não é de agora. Já muito se tem falado sobre isto e já existem alguns clientes habituais nestas lides (como o Grand Theft Auto IV). Parece que o lançamento recente de alguns títulos de guerra, como por exemplo o Call of Duty: Black Ops originou este inquérito que se reveste de particular e acrescentado interesse.
Muitas formas de limitar, combater, irradicar a violência nos videojogos já foram discutidas no passado e inclusive, algumas medidas mais drásticas chegaram a ser tomadas por alguns governos, como por exemplo a Austrália aquando da sua decisão de recusar o lançamento do Alien vs Predator no seu território e que chegou mesmo a tentar aceitar uma Lei nesse sentido, o que leva a que este tema exija muita reflexão e acima de tudo bastante ponderação e equilíbrio na tomada de decisões.

Embora existam estudos feitos que tentam ilustrar de forma mais ou menos substanciada, a influência que a violência nos videojogos tem, ou pode ter, no comportamento de quem os joga, ainda se está muito longe de definir isso como regra inquestionável. Cada individuo é, por definição, um ser diferente com características próprias e esta temática é muito mais complexa que apenas isso. Por exemplo, a simples questão de: “O que é um jogo violento?” é sempre difícil de responder, pois até em jogos menos sanguinários, a violência apresenta-se. É uma característica (infeliz) da condição humana.

Este estudo, que foi feito entre 8 e 9 de Novembro deste ano, baseou-se na participação de 1000 adultos geograficamente espalhados pelo territótio dos EUA. Apresentou uma margem de erro de 3% e com 95% de nível de confiança da amostra.
Uma conclusão directa das perguntas colocadas no inquérito é que mais de metade (54%) dos inquiridos acredita que jogos violentos levam duma forma ou de outra a um aumento da violência na sociedade. Aliás esse indicador tem-se mantido constante desde Abril deste ano, segundo o estudo. Por outro lado, 32% dos inquiridos indica que não existe qualquer tipo de relação entre a violência dos jogos com o comportamento social, enquanto que 14% não respondem ou não têm certeza.
Outro resultado indica que 65% dos inquiridos pensa que a venda e aluguer de jogos denominados violentos deveria ser proibida a menores, enquanto que 25% fortemente desacordam. Esta é uma questão pertinente. A questão das crianças e do seu acesso a diferentes tipos de violência nos jogos. Por vezes basta apenas estarem a ver um adulto a jogar. Gostaria de saber a opinião de quem está a ler estas linhas sobre este assunto particularmente.

Pessoalmente não concordo que tal aconteça sempre, nem que não aconteça nunca. Há sempre pessoas mais predispostas a serem influenciáveis que outras e muitas vezes as diferentes culturas, estado de saúde da pessoa, estratos sociais, situações económicos ou sociais, e outros factores têm grande importância. Costumo dizer que se os jogos podem fazer ser sacrificados por tornarem a sociedade mais violenta, então o que dizer do cinema, que desde há mais tempo que nos tem invadido com filmes, séries, documentários ou mesmos serviços noticiosos de ainda maior violência.
Voltando ao estudo, perto de 69% dos inquiridos apresenta-se efectivamente preocupado com o actual nível de violência presente nos videojogos, dos quais 48% apresentam-se mesmo Muito Preocupados com tal fenómeno. Os restantes 29% não se mostram demasiado preocupados, dos quais 13% não pensam sequer nisso.
Realmente estes valores apresentam uma consciencialização das pessoas em relação à violência existente nos jogos, mas apresenta também que o grosso das respostas se situa num meio termo, ou seja, entre o Preocupado e o Pouco Preocupado. Creio que existe uma tendência para subjectivar um pouco as coisas, e colocar tudo no seu devido contexto. Um jogo é apenas um jogo, um meio de diversão, um escape e como tal, não aspira a mais que isso.
De forma menos surpreendente torna-se claro no estudo que os adultos mais velhos são mais críticos em relação a esta temática que os mais novos. A questão da perspectiva também é importante, e as pessoas mais velhas acabam por ter uma perspectiva bastante diferente dos mais novos.

Em ultima instância sanções contra os jogos acabam por ser uma diminuição de Direito de escolha e de tomada de decisões às pessoas. Apenas 5% dos inquiridos acham que sanções sobre os jogos levadas a cabo pelos Governos são as soluções adequadas enquanto que a grande maioria (71%) acredita que a responsabilidade está no lado dos pais e que devem ser eles a tomar medidas no sentido de evitar que os mais novos tenham acesso, mesmo que involuntário a cenas de extrema violência ou sexo. Entretanto, 21% acham que a responsabilidade primordial está no campo das equipas de desenvolvimento dos jogos.
Outros resultados mais expectáveis encontram-se quando as respostas são feitas a mulheres ou a a adultos com crianças menores em casa. Nestes casos, a solução inicial passará por uma maior responsabilização dos pais. Por outro lado, adultos sem filhos, indicam que as equipas de desenvolvimento são os principais responsáveis por tanta violência e sexo nos jogos.
Um pouco no seguimento do que mencionei anteriormente, 55% dos adultos inquiridos acredita que tanto a radio como a televisão deveria ser melhor regulada neste aspecto.
Acima de tudo, e conforme se pode retirar destes resultados, creio que é perfeitamente visivel, que ainda não há sintonia sobre esta temática. E creio que nunca virá a haver.
Penso que não se pode nem se deve, pura e simplesmente afirmar que quem joga videojogos mais agressivos com regularidade venha a adoptar comportamentos mais agressivos no seu dia-a-dia. Desde que me lembro de mim como jogador que consumo títulos com maior ou menor dose de violência, desde o velhinho Target Renegade para o Spectrum até ao mais mediático Grand Theft Auto IV, e ainda não fui preso.
Situações extremas acontecem, mas tanto acontecem com quem joga um GTA IVcomo quem vê um “América Proibida” de Derek Vinyard.
Existem demasiado outros factores envolvidos, alguns de cariaz social, outros de saúde, outros mesmo económicos para se poder indiciar que os jogos são os culpados.
No entanto a própria indústria já se começou a mexer e não é raro vermos jogos em que existem opções de mostrar/esconder cenas gore ou sangue.
As questões colocadas e sua ordem são as seguintes:
National Survey of 1,000 Adults, Conducted November 8-9, 2010, By Rasmussen Reports
  • 1* How concerned are you about the level of violence in many video games today?
  • 2* Do violent video games lead to more violence in our society?
  • 3* Should states be allowed to prohibit the sale or rental of violent video games to minors?
  • 4* Who is more responsible for limiting the amount of sex and violence children are exposed to in video games – video game makers, the government or parents?
NOTE: Margin of Sampling Error, +/- 3 percentage points with a 95% level of confidence
Gostaria imenso de conhecer um pouco sobre as vossas opiniões relativas a esta temática tão delicada que é “A Violência nos Videojogos“.
Obrigado!
Homepage: Rasmussen Reports
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